domingo, 29 de novembro de 2009

Os mascarados

Como estrelas decadentes,
Não achamos lugar decente
Para brilhar na noite
Logo clarearia o dia
Voltaríamos entediados
Para nossos pais
Sem ter encontrado na memória recente
Um instante pertencente
Ao conjunto perfeito dos fatos
Uma raiz quadrada fincada em terra
Que justificasse a angustia ascendente que o tempo traz
É cada vez mais evidente o para sempre excedente
Dos gritantes e ausentes que partem
Os que ainda vagam avantes,
Florem a si assombrados
Sob os sons de sóis sustenidos distantes
Ele não escuta a dor latente sangrante
Sente o pranto com a calma
De quem superou o fim eminente

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Ter sabido

Posso não ter sabido falar
Não ter sabido pedir
Não ter sabido saber
Posso ter fracassado
Ter sido esquecido
Ter sido traído
Posso ter tido
quem não soube amar
Fui amado
sem ter pedido
sem ter perdido
Eu posso ter sabido
sem ter visto
sem ser usado
Eu posso ter ouvido
sem ter reagido
sem ser registrado
Eu posso ser machucado
sem ter podido

O Cubo Mágico

Cabia tudo dentro do cubo: Fadas e súcubos
O cubo era um escritório
havia pilhas e pilhas de relatórios
Não se sabia se fazia sol
ou chovia
naquela caixa imensa onde seres mágicos
dançavam e morriam na central de ar